segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Quando


Quando

Quando outro vem...
Mais um metrô carregado de gente
Mais um caminhão cheio de gado...
Mais um avião acima, de repente,
Quando outro vem...
Mais um ônibus lotado
Mais um tropeço nas filas do mercado
Mais um débito no rombo bancário.
Quando outro vem...
Mais um motim no meio presidiário
Mais um festim - homenagem vazia
Mais um complô de político des-armado,
Pouso os olhos cansados
No que calo e deveria gritar,
No que ralo, falo e deveria calar
No que era vida, entretanto,
Vive a virar desencanto.

Sônia C. Prazeres

5 comentários:

Suggarlife disse...

Muito linda Sô e num estilo contra a maré do lugar comum. Parabéns poeta.

Anônimo disse...

Convidaste-me. Eis-me, aqui.

Querida Sônia, acredito que dentro do látex sob tua pele resida poesia, porém, com ressalva e carinho, aponto: a poesia fora da linha de trem lírica, ou, sociocêntrica - como costumo dizer -, exige uma feitura que não lembre tanto a publicidade. Importante, por exemplo, é romper com o primeiro plano da palavra, romper com o Código, caso contrário, a larva da poesia teima em hibernar nas estações.

Com amizade poética,
Merivaldo.

Ademir A. Bacca disse...

sonia,
vim conhecer teu cantinho e voltarei outras vezes
parabéns, grande abraço

Anônimo disse...

Olá Sonia estive aqui neste mundo mágico da poesia... mas da tristeza revelada nos versos que declama a realidade perversa do egoismo humano ... não há como se calar ...

Visite meu espaço
http://manifestos.aos.excluidos.zip.net
Abrçus

Anônimo disse...

Parabéns pela bela iniciativa.
Abraços,