terça-feira, 12 de agosto de 2008

Consciência



Consciência

Aquietar-me a mim, gritar-me aos ouvidos!
Ouço os campos que não tenho, as avenidas doentes
Ouço meus sonhos e rio deles
Ouço meus danos e sou inteira!
Gritam-me as favelas, as calhas furadas
Grita-me a vida imensa de cotovelos inchados
Cega-me o peito à hora brilhante da lua
Gela-me o peito à hora morna do sol.
Aquietar-me a mim grita-me aos ouvidos
Como se meus intentos fossem acústicos
E assim, quedada a medo,
Sorridentes vultos sussurram-me impotência?
...escarnecedores...indolentes.
E tudo gira à volta como o carimbo
De eu mesma a acalcar,
Hora na almofada dos sonhos,
Hora na dureza de cada fato a conformar
ciência.
Sônia C. Prazeres

Um comentário:

Carmen Regina Dias disse...

"Grita-me a vida imensa de cotovelos inchados
Cega-me o peito à hora brilhante da lua
Gela-me o peito à hora morna do sol.
Aquietar-me a mim grita-me aos ouvidos
Como se meus intentos fossem acústicos..."



Ah!, amiga da alma,
geme em meus labirintos o sax melancólico, do menestrel da alma, companheiro inseparável dos
folguedos das horas incertas,
Ó amiga de minha alma, como sou
grata por teus braços de nuvens,
macios, mansos e ternos
nas horas obscuras do ser,
horas de fog, neblina, brumas e brumas entre o chão e o céu.
Te ama meu espírito
como ama a si mesmo...